O pesadelo me agarra com dedos gelados, um vazio marcante onde deveria haver calor. Xavier, meu Xavier, está trancado em uma batalha feroz com um Wanderer, seus movimentos uma dança de graça desesperada. As garras do Wanderer desferem golpes e Xavier as bloqueia, mas então—um grito preso em minha garganta—ele é atingido. Eu acordo sobressaltada, a respiração curta e irregular, os restos do medo aderindo como teias de aranha.
Meu olhar frenético o encontra imediatamente. Lá está ele, Xavier, não um guerreiro nas dores da batalha, mas um homem em paz no sono. Nossas mãos estão entrelaçadas, seu aperto reconfortante me******o no sono. Seu cabelo, uma auréola despenteada em torno de seu rosto sereno, convida meus dedos a alisar a imaginária sujeira e o sangue do meu sonho. Mas eu me contenho, permitindo em vez disso que a visão de suas pálpebras fechadas—ocultando olhos tão azuis quanto o primeiro céu do crepúsculo—me ancorasse na realidade do nosso quarto.
O suave subir e descer de seu peito é uma canção de ninar, o ritmo estabilizando minha própria batida cardíaca. Nestes momentos silenciosos, eu me maravilho com a novidade de ‘nós’. A intimidade do espaço compartilhado e as promessas silenciosas que pairam no ar, tão tangíveis quanto os lençóis emaranhados ao redor de nossas pernas.
Devo ter ficado olhando por tempo demais, ou talvez meu suspiro fosse muito carregado com os remanescentes do meu pesadelo, porque Xavier se mexe. “Você sabe, My Little Star,” ele murmura, a voz espessa de sono, mas entrelaçada com aquele tom familiar e brincalhão, “se você tirar uma foto, vai durar mais tempo.”
Seus olhos permanecem fechados, mas as extremidades se enrugam com a insinuação de um sorriso preguiçoso, que faz meu coração saltar apesar dos meus medos persistentes.
“Estava só aproveitando a vista,” sussurro de volta, uma tentativa fraca de mascarar o tremor após o pesadelo.
Ele me conhece bem demais. Seus olhos piscam abertos, o azul deles brilhante me******o na luz tênue, e ele vê diretamente através de mim. “Sophia,” Xavier diz, o uso do meu nome em vez de um apelido uma sondagem gentil, “você teve aquele sonho de novo, não é?”
Considero desviar, mas a preocupação marcada entre suas sobrancelhas é a minha ruína. “Estou com medo, Xavier. Nos meus sonhos, eu te perco, e parece tão real,” confesso, as palavras saindo em um fôlego apressado.
Ele me puxa para mais perto, nossas mãos entrelaçadas agora um berço contra minha bochecha. “Estou aqui, My Lady, vivo e definitivamente não indo a lugar algum.” A convicção em sua voz é um cobertor quente envolvendo-me.
“Sei que é bobo,” murmuro, “mas o sonho pareceu uma premonição.”
“Olha,” ele interrompe, seu polegar enxugando uma lágrima perdida que eu nem percebi ter escapado. “Nenhum sonho pode ditar nosso futuro. Estou bem aqui, com você. E prometo, enquanto houver hot pots para saborear e manhãs preguiçosas para compartilhar, estarei ao seu lado.”
A absurdidade de misturar promessas de eternidade com hot pot me faz rir, um som que parece o romper da alvorada após uma longa noite. Sua risada se junta à minha, um dueto que canta para longe as sombras.
“Prometo. E se algum Wanderer tentar nos separar, nós vamos enfrentá-lo juntos.” Há um brilho de determinação em seus olhos, um reflexo do guerreiro que ele é em meus sonhos. “E, então, comeremos hot pot em seguida. O hot pot é bem importante”
É tão encantadoramente Xavier que não consigo deixar de me aconchegar em seu abraço. A risada afugentou os vestígios do meu pesadelo, deixando em seu rastro uma tranquila contentamento.
“Eu te amo, Meow Meow Queen,” ele sussurra contra meu cabelo, a tolice do apelido um testemunho da profundidade de nossa afeição compartilhada.
“E eu te amo, meu cavaleiro. Mais do que as estrelas no céu.” Meu sussurro é carregado de emoção, preenchendo o quarto com uma energia quase palpável.
Nossos lábios se encontram em um beijo suave, mas cheio de promessas e paixão contida. O calor entre nós cresce, uma chama que queima lentamente, alimentada pelo amor e pelo desejo. Eu me perco no toque dele, em cada carícia e sussurro, e sei que, não importa o que aconteça, Xavier sempre estará ao meu lado.
“Isso… isso é yūgen, não é?” eu murmuro entre beijos. “A beleza inexplicável do universo, encontrada aqui, em seus braços.”
Xavier sorri, seus olhos brilhando com amor e um entendimento profundo. “Sim, é exatamente isso, Sophia. Yūgen em sua forma mais pura.”
Enquanto o sol nasce, trazendo consigo a luz do novo dia, eu me aconchego mais perto de Xavier, sabendo que, apesar dos pesadelos e das batalhas que possam vir, nosso amor permanecerá, inabalável e eterno.
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